The Nylon Backstage of the Exhibition 'The Souls of Downtown Lisbon' Foi com 18 retratos que no dia 30 de maio de 2022, pelas 18:30, inaugurei a minha primeira exposição de fotografia "As Almas da Baixa de Lisboa", patente na Clínica Miguel Calhau, no 2º Dt.º do n.º2 da Rua Camilo Castelo Branco, junto à Av. da Liberdade, em Lisboa. Pude na abertura desta mostra - a primeira do meu projeto "As Almas da Baixa de" - contar com a presença de inúmeros amigos, familiares e até alguns dos retratados. Estávamos de saída de confinamentos COVID mas ainda não libertos da pandemia pelo que não foi por isso estranho que à última da hora me tenha deparado com umas quantas “baixas” de amigos que poucos dias antes tinham sido apanhados pelo “bicho”. Este momento tão único para mim resultara da crescente vontade que fui sentindo em passar para o mundo físico uma parte das almas que desde 2019 encontrei na Baixa de Lisboa e também da generosidade do meu amigo Miguel, dono e responsável da clínica, que me apoiou “de portas escancaradas” desde que soube desta minha vontade. Uma exposição com 18 retratos mas que, se o espaço e o budget disponível para os custos de impressão fossem ilimitados, poderia ter ficado com uma, duas ou mesmo três ou mais centenas de almas expostas. No limite, tantas ou mais das que já tinha publicado na minha página no Instagram (@nuno_duarte100). With 18 portraits, on May 30, 2022, at 6:30 PM, I inaugurated my first photography exhibition 'The Souls of Downtown Lisbon,' hosted at Clínica Miguel Calhau, located at 2nd floor, apartment 2, Rua Camilo Castelo Branco, near Av. da Liberdade, in Lisbon. At the opening of this exhibition - the first of my project 'The Souls of Downtown' - I had the presence of numerous friends, family members, and even some of the subjects featured in the portraits. We were emerging from COVID lockdowns, but still not entirely free from the pandemic, so it wasn't strange that at the last moment I found myself faced with a few absences of friends who had been caught by the 'bug' just a few days before.
This unique moment for me was the result of a growing desire I felt to bring a part of the souls I encountered in downtown Lisbon since 2019 into the physical world. It was also made possible by the generosity of my friend Miguel, the owner and manager of the clinic, who supported me with 'wide-open doors' as soon as he learned about my intention. An exhibition featuring 18 portraits, yet if space and the budget available for printing costs were unlimited, it could have featured one, two, or even three hundred or more exposed souls. In the end, perhaps as many or more than those I had already shared on my Instagram page (@nuno_duarte100).
Na inauguração da minha exposição, com a "bailaora" e professora de flamenco Gloria Ríos. (o seu retrato, na parede à direita). At the opening of my exhibition, with the "bailaora" and flamenco teacher Gloria Ríos (her portrait, at the right side of the wall).
A minha maior aventura tinha, contudo, ocorrido durante as semanas que antecederam a inauguração. Organizar e montar uma exposição, apesar da sua pequena dimensão, depressa se revelou um verdadeiro desafio para mim. Quando esta começou a ganhar forma na minha cabeça nada sabia sobre montagem de exposições. Em que materiais, com que tamanho e onde iria imprimir as fotos? Que sinalética interior iria utilizar para divulgar a exposição? Para idealizá-la graficamente, valeram-me algum jeito para design, a minha facilidade com o Photoshop e também uns “pózinhos de sorte”, que dão sempre jeito. E como poderiam ser afixados os retratos, em especial, no corredor principal da Clínica do meu amigo Miguel Calhau? Sabia de antemão que em relação a esta última questão o tema "afixar" exigia especial cuidado. As paredes do referido corredor, com cerca de 10 metros de comprimento, eram totalmente forradas a papel de parede, logo, usar pregos ou algum tipo de adesivo para afixar as imagens significaria criar marcas ou mesmo arriscar rasgar o sensível revestimento das paredes. Utilizar calhas com fios de nylon com fechos nas extremidades, tal como descobri que era a solução favorita de inúmeras galerias de arte, seria, provavelmente, a melhor opção. Afinal foi até um pouco mais simples. Nylon sim. Calhas não.
However, my greatest adventure had taken place during the weeks leading up to the inauguration. Organizing and setting up an exhibition, despite its small size, quickly proved to be a real challenge for me. When it started taking shape in my mind, I knew nothing about exhibition setup. What materials, what sizes, and where should I print the photos? What kind of interior signage should I use to promote the exhibition? To conceptualize it graphically, my knack for design, ease with Photoshop, and a bit of luck came to my aid, as they always do. And how could the portraits be displayed, especially in the main corridor of my friend Miguel Calhau's clinic? I knew beforehand that the issue of "displaying" required special attention. The walls of that corridor, about 10 meters in length, were entirely covered with wallpaper; therefore, using nails or any kind of adhesive to hang the images would mean creating marks or even risking tearing the delicate wall covering. Using nylon wires with fasteners on the ends, as I discovered was the preferred solution for numerous art galleries, would probably be the best option. Yet, in the end, it turned out to be somewhat simpler: Nylon, yes. Tracks, no.
Com a modelo francesa Stéphanie Moser (o seu retrato, na parede à direita). With the French model Stéphanie Moser (her portrait, at the right side of the wall).
Bem no topo, junto ao teto, utilizaria pequeníssimos pregos aos quais prenderia fio de pesca que serviria para suspender, rente à parede, as imagens que vieram a ser impressas em k-line. A solução menos dispendiosa mas, mesmo assim, eficiente.
Enquanto isso, a equipa da Clínica e os seus pacientes movidos pela azáfama de consultas de hora marcada circundavam aquele que durante vários dias me fez elevar, situação rara para mim, sobre todas as cabeças da área como se tivesse encontrado um pedestal de excelência: o escadote. A única coisa certa é que durante dias a fio (e também fazendo uso de muito fio) senti-me nas alturas, promovido a gigante de três metros, mas não foi por lá estar, em ponto alto e em Lisboa, que dali passei a vislumbrar o Castelo de São Jorge. Passaram-se os dias e as 18 Almas da Baixa de Lisboa, uma a uma, tornaram-se parte integrante também deste espaço. Aparentemente estavam “as almas” bem penduradas – sublinho “aparentemente” pois nas semanas seguintes, até mesmo após a inauguração, os fios de nylon transparente baloiçavam com fulgor sempre que alguém passava no corredor usando de passada mais veloz. E balanço para a direita, balanço para a esquerda, um ou outro retrato soltava-se do fio que o suportava. E lá voltava eu à Clínica do meu amigo Miguel… Até que reforço após reforço, à custa de muita aprendizagem minha e q.b. de persistência, perdura agora o penduranço inabalável. À sua espera. A aguardarem estes retratos para se mostrarem almas vivas na mente e aos olhos de quem os visitar. Os seus. At the very top, near the ceiling, I would use tiny nails to which I would attach fishing line, which would serve to suspend the images printed on k-line right against the wall. The less expensive but still effective solution.
Meanwhile, the Clinic's team and its scheduled patients, driven by the hustle and bustle of appointments, encircled what had made me rise for several days, a rare situation for me, above all the heads in the area, as if I had found a pedestal of excellence: the step ladder. The only certain thing was that for days on end (and also using a lot of thread), I felt elevated, promoted to a three-meter giant, but it wasn't from that vantage point in high-up Lisbon that I began to glimpse the São Jorge Castle. The days went by, and the 18 Souls of Downtown Lisbon, one by one, also became an integral part of this space. Apparently, "the souls" were hanging well - I emphasize "apparently" because in the following weeks, even after the inauguration, the transparent nylon threads swayed fervently whenever someone walked down the corridor with a faster pace. Swaying to the right, swaying to the left, one portrait or another would detach from the supporting thread. And so, I returned to my friend Miguel's Clinic... Until reinforcement after reinforcement, with a lot of my own learning and just enough persistence, the steadfast hanging endures now. Waiting for you. These portraits are waiting to reveal themselves as living souls in the minds and eyes of those who visit. Their souls.
Sobre a Exposição "As Almas da Baixa de Lisboa"
Onde? Clínica Miguel Calhau, Rua Camilo Castelo Branco, 2, 2º Dt., junto à Av. da Liberdade, em Lisboa.
Quando? Segunda a sexta-feira, das 9 às 18h.
Até quando? Agora e durante mais algum tempo.
Quanto? Entrada livre.
About the Exhibition "The Souls of Downtown Lisbon" Where? Clínica Miguel Calhau, Rua Camilo Castelo Branco, 2, 2nd floor, near Av. da Liberdade, Lisbon. When? Monday to Friday, from 9 AM to 6 PM. Until when? Now and for some more time. How much? Free admission.
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